segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Com o passar dos anos e com a conseqüente experiência que estes anos vão lhe conferindo, aprendemos ora fácil, ora de uma forma muito difícil, o quão duro é sobreviver sendo “do seu jeito”.

Percebe-se a necessidade que algumas pessoas possuem de serem iguais para serem aceitas, quando na verdade ninguém é igual a outro alguém. Somos essencialmente diferentes e assim seremos em toda a nossa existência.

Porém, mesmo sabendo disso, há uma cobrança incisiva para que nos tornemos iguais.

Eu não gosto de música sertaneja. Isso é um fato! Mas não posso dizer que é um gênero ruim, de pessoas de baixo intelecto (em oposição a quem gosta de MPB, por exemplo, e que, dizem, é mais culta), de pessoas que tiveram uma decepção amorosa (preconceito puro) ou que essencialmente não pensam (“eu quero tchuuuu...”). É diferente do meu gosto. Nem melhor, nem pior. Apenas e tão somente diferente.

Já li em algum lugar que quando dizemos que “fulano tem bom gosto” significa que este fulano tem um gosto, para algo, exatamente igual ao nosso. Ou seja, eu vou rotulá-lo conforme o meu gosto, os meus preconceitos, as minhas dúvidas, as minhas experiências, etc. Afinal, esta vivência permitiu-me definir o que eu chamo de “bom gosto.”

Em matéria de política e religião, poderíamos desfilar um rosário de comparações. Especialmente no assunto religião, afinal, embora alguns digam que respeitam a religião do outro e até usem frases de efeito como “todos os caminhos levam a Deus”, estão mais do que convencidas de que o caminho que leva mesmo é o deles, a igreja é a deles e, claro, a forma é o que lá é apregoado.

Uma pessoa de opinião é vista por muitos como grosso ou, como já ouvi, “super sincero” em uma comparação com o personagem do ator Luis Fernando Guimarães, em um programa da Rede Globo de Televisão.

Claro que existe uma grande possibilidade de ser grosseiro sob a capa da sinceridade. Mas há como ser sincero usando a sensibilidade para não ferir. Ou seja, dá-se o recado sem machucar a pessoa que o recebe.

É certo que poucas pessoas, especialmente os líderes de empresas, querem alguém cuja característica é dizer o que pensa e expor as diferenças entre o mundo de fantasias, as vezes criado pelo empresário, onde só os bajuladores são ouvidos, e o mundo real, apresentado pelos que possuem a coragem, a ousadia e, até certo ponto a irresponsabilidade, em expor as diferenças entre um e outro e, claro, falar o que pensa, o que enxerga e como enxerga este mundo “real”.

Saliente-se que esta forma é apenas outra forma de enxergar o mesmo ponto. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente.

Teoricamente este profissional, se existente em sua organização, deveria ser tratado a pão de ló, face a contribuição que ele dá para reposicionar a empresa e o empresário, colocando-o para PENSAR de uma forma diferente, exatamente por expor, a ele, um outro lado de uma mesma moeda.

Aceitar as diferenças é um desafio com o qual conviveremos por longos e longos milênios e, exceto pela crença religiosa que nos impele e ver esta possibilidade como possível, talvez ela nunca ocorra.

Se você acha que é meio diferente, que não tem muito o hábito de ir a favor da maré, que muitas vezes se vê pensando diferente da maioria, comemore.

O mundo não é igual em nada, porque você seria?