quinta-feira, 16 de maio de 2013

CORINTHIANS, FUTEBOL E OUTROS PITACOS


Ao acessar o facebook hoje e “correr os olhos” nos vários
comentários sobre a eliminação do Sport Club Corinthians Paulista, da Copa Libertadores da América de 2013, resolvi partilhar um pouco do que penso sobre a forma passional e até certo ponto perigosa com que muitos de nós torcemos, ou não, considerando que esta passionalidade ataca ambos os grupos.

Eu gosto muito deste esporte bretão, muito mesmo.

Não jogo o que gosto, claro. Aliás, não ouso dizer que jogo, apenas que “brinco” com os amigos que, por sinal, são em sua maioria excelentes amigos.

No aspecto torcedor, tento ser o mais racional possível, embora não seja este o papel de um torcedor. O torcedor tem que ser passional, se não perde a graça, daí ter que ouvir os vilanovenses curtirem com os esmeraldinos, algo cada vez mais raro, e os esmeraldinos, com aqueles. Normal, nada mais emocional também.

Ontem, fruto desta paixão pelo futebol, fui assistir mais um jogo da Copa Libertadores, desta vez de um dos melhores times do Brasil na atualidade, o Corinthians, contra um dos maiores clubes argentino das últimas décadas, o Boca Júniors que, conforme não cansou de repetir a mídia nacional, está em um péssimo momento no Campeonato Argentino, subentendendo que seria fácil o Corinthians passar por ele.

Mas, como diz um antigo dito popular, “O jogo é jogado e o Lambari é pescado!”

E neste jogo jogado o Boca tinha tudo para continuar a excelente primeira partida ocorrida lá em Buenos Aires e, se o Corinthians mantivesse o que jogou lá, nada mais normal do que empatar ou até mesmo perder o jogo em São Paulo.

Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press
Mas NÃO FOI O QUE ACONTECEU. O que vimos, lamentavelmente, foi um arrogante árbitro de futebol, e seu respectivo trio, especialmente os assistentes das laterais, errarem feio e, com isso, prejudicarem um time e sua respectiva torcida.

Errou (?), isso é um fato!

Não há como discutir as evidências tão claras quanto as que foram possíveis de serem vistas nas imagens. Não foi um erro, aparentemente foram quatro.

A mídia nacional e a internacional estão dizendo isso. 

Bom, aí quem está lendo até aqui, especialmente os fanáticos torcedores de outros clubes, já estão prontos para ir aos comentários e xingar-me por ser eu mais um do “bando de loucos”!

Não sou! Meu único time é o Goiás Esporte Clube, o maior e melhor do centro-oeste brasileiro. Pronto, quanto a isso podem ir lá aos comentários e falarem o que pensam. Mas, antes de falar, leiam o restante.

O que me trouxe a escrever aqui é sobre a forma exagerada com que alguns torcem e, em nome da tal torcida, ofendem no mais baixo nível pessoas que, em alguns casos e em especial através das redes sociais, não conhecem.

É “Cristão” xingando cada nome que envergonharia qualquer não cristão, pais e mães de família que ofendem filhos e filhas, inclusive incitando-os a serem violentos (afinal, dão o exemplo) e, claro, torcedores cegamente apaixonados que não enxergam nada além do próprio nariz e, neste afã de torcer enlouquecidamente, não veem méritos em seus adversários, preferindo apenas o discurso cansativo e retórico de que o outro clube, se ganhou, foi roubado. Se perdeu, foi merecimento.

Neste aspecto, até entendo. É a tal passionalidade apaixonante que, a priori, nenhum mal deveria fazer.

Mas preocupa-me, insisto em dizer, com os que perdem o prumo e aproveitam-se das Redes Sociais para desfiarem um turbilhão de ofensas a outras pessoas que, em condições normais, são homens e mulheres de bem, cumpridores e cumpridoras de suas lidas diárias, que dão e recebem respeito nas relações sociais do dia a dia, inclusive em suas instituições religiosas.

Estas pessoas, como que tomadas por um espírito trevoso, aproveitam-se do futebol para falarem e fazerem – muitos dos que falam não vão às vias de fato, não vão por falta vontade, mas por falta de oportunidade – o que em condições normais reprovariam.

Nas arquibancadas ou nas resenhas da rua, poderemos tirar sarro uns dos outros, tentando mostrar o quanto meu time é melhor que o seu, etc. Mas o que preocupa-me, novamente retomo o assunto central, é aproveitar este momento para ofensas impensáveis para um cidadão de bem.

Eu torci muito pelo Palmeiras contra o Tijuana, embora tivesse absoluta certeza de que nem o Palmeiras, nem o Tijuana tivessem jogado o suficiente para merecer chegar onde chegaram.

Ontem, torci muito para o Corinthians que jogou melhor que o Boca, fez por merecer passar e, não fosse o senhor árbitro Carlos Amarilla e sua trupe, estaria na próxima fase e, como não está jogando bem, acredito até que não passaria dela.

Este Corinthians é o mesmo que, em minha opinião, vencerá mais uma vez o Santos que, ironia do futebol, jogou pior que o São Paulo e, ainda assim, passou para a final do Paulista.

Isso é uma análise, nem certa nem errada, mas é a minha análise.

E assim fazendo, vou dando meus pitacos sem caminhar para o campo das ofensas, respeitando as opiniões, inclusive as apaixonadas e pedindo, humildemente, que deem-me e deem-nos o direito de pensar diferente.

Mas, se fosse assim tão racional, não seria futebol.

Então, até o próximo apaixonado comentário futebolístico.



Abraços!

Paulo de Tarso F Castro


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