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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eu Não Trabalho para Você!

Esta é a frase que 10 entre 10 empregados, funcionários e demais colaboradores de uma organização – entenda-se por colaboradores todos os que contribuem para o desenvolvimento e o sucesso desta, ou seja, os stakeholders – deveriam dizer. Mas, claro, não dizem!


Antes de “defender” este ponto de vista, é importante apresentar a contramão deste pensamento, ou seja, algumas sentenças amplamente ouvidas e divulgadas em uma instituição seja ela qual for, e que contribuem sensivelmente para que os colaboradores da mesma, não pensem em dizer algo assim. São elas:
  • “Melhor é puxar-saco do que puxar-carroça!”
  • “Você trabalha para quem paga o seu salário.”
  • “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”


A questão, já explorada em outro artigo meu (O jogo do contente e o ambiente corporativo) é que estamos cada vez menos preparados para termos em nossos quadros pessoas que pensam e, por isso e também pelo exagerado ego dos que dirigem as organizações, desde os tempos mais remotos, valorizamos as pessoas que trabalham para nós, os sócios, acionistas, donos, diretores, presidentes, reis e rainhas e não para a nossa organização.

Isto faz bem para o ego, para as vaidades estabelecidas, mas, por certo, muito mal para a organização, seja ela uma empresa, uma ONG, um estado, um país, etc.

É fato que precisamos de mais líderes empenhados em contratar pessoas que trabalham para o sucesso da organização e menos para eles, os “donos”.

Afinal, desde o mais alto executivo ou cargo hierárquico de uma empresa, até o seu mais básico colaborador, TODOS – exatamente todos – deveriam estar cientes de que prestam seus serviços para a empresa, e não uns para os outros e que os interesses da empresa devem ser maiores e mais perenes que os interesses individuais, ainda que dos seus maiores líderes.

Ou seja, é preciso entender que prestar serviços uns para os outros é parte de uma ação maior, a de trabalhar pelo sucesso da empresa e esta, a empresa ou organização, trabalha para o cliente final.

Considerando o caso sob este ponto de vista, fica fácil perceber que eu, você e o governador do estado, trabalhamos para o estado e que, juntos também, trabalhamos pelo país, assim como o faz, a senhora presidenta da república.

Parece apenas um jogo de palavras, mas não é!

Em um momento em que cada vez mais temos pessoas envolvidas até a alma em valorizar os que possuem como foco satisfazerem seus desejos, seus valores, suas conquistas e suas vaidades, retrato de um ego superexcitado, nada mais normal que donos de empresas, presidentes e diretores, exigirem que os colaboradores trabalhem para eles e não para organização e, o que é pior, nem sempre os interesses são comuns, ocasionando que em muitas situações, buscando satisfazer o ego do pseudo líder, temos colaboradores trabalhando contra a empresa.

Não estamos aqui defendendo a insubordinação ao líder, chefe, presidente ou a quem "manda", claro que não. O que defendemos é que líderes e liderados entendam que, todas as vezes que na intenção de atender este superior hierárquico, deixamos de lado os interesses macros da empresa e, por conseguinte, o real atendimento ao cliente final em seus interesses, estamos trabalhando contra a empresa e contra os clientes desta.

É por isso que às vezes é importante dizer a todos: eu não trabalho para você, com uma pausa e um excelente complemento: nós trabalhamos por nossa empresa ou organização. JUNTOS!

E você, trabalha exatamente para quem?

Paulo de Tarso F Castro


Nota: este artigo poderá ser publicado em jornais, revistas e outros veículos, sem autorização específica do autor, desde que mantido integralmente, com a respectiva citação da fonte.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Com o passar dos anos e com a conseqüente experiência que estes anos vão lhe conferindo, aprendemos ora fácil, ora de uma forma muito difícil, o quão duro é sobreviver sendo “do seu jeito”.

Percebe-se a necessidade que algumas pessoas possuem de serem iguais para serem aceitas, quando na verdade ninguém é igual a outro alguém. Somos essencialmente diferentes e assim seremos em toda a nossa existência.

Porém, mesmo sabendo disso, há uma cobrança incisiva para que nos tornemos iguais.

Eu não gosto de música sertaneja. Isso é um fato! Mas não posso dizer que é um gênero ruim, de pessoas de baixo intelecto (em oposição a quem gosta de MPB, por exemplo, e que, dizem, é mais culta), de pessoas que tiveram uma decepção amorosa (preconceito puro) ou que essencialmente não pensam (“eu quero tchuuuu...”). É diferente do meu gosto. Nem melhor, nem pior. Apenas e tão somente diferente.

Já li em algum lugar que quando dizemos que “fulano tem bom gosto” significa que este fulano tem um gosto, para algo, exatamente igual ao nosso. Ou seja, eu vou rotulá-lo conforme o meu gosto, os meus preconceitos, as minhas dúvidas, as minhas experiências, etc. Afinal, esta vivência permitiu-me definir o que eu chamo de “bom gosto.”

Em matéria de política e religião, poderíamos desfilar um rosário de comparações. Especialmente no assunto religião, afinal, embora alguns digam que respeitam a religião do outro e até usem frases de efeito como “todos os caminhos levam a Deus”, estão mais do que convencidas de que o caminho que leva mesmo é o deles, a igreja é a deles e, claro, a forma é o que lá é apregoado.

Uma pessoa de opinião é vista por muitos como grosso ou, como já ouvi, “super sincero” em uma comparação com o personagem do ator Luis Fernando Guimarães, em um programa da Rede Globo de Televisão.

Claro que existe uma grande possibilidade de ser grosseiro sob a capa da sinceridade. Mas há como ser sincero usando a sensibilidade para não ferir. Ou seja, dá-se o recado sem machucar a pessoa que o recebe.

É certo que poucas pessoas, especialmente os líderes de empresas, querem alguém cuja característica é dizer o que pensa e expor as diferenças entre o mundo de fantasias, as vezes criado pelo empresário, onde só os bajuladores são ouvidos, e o mundo real, apresentado pelos que possuem a coragem, a ousadia e, até certo ponto a irresponsabilidade, em expor as diferenças entre um e outro e, claro, falar o que pensa, o que enxerga e como enxerga este mundo “real”.

Saliente-se que esta forma é apenas outra forma de enxergar o mesmo ponto. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente.

Teoricamente este profissional, se existente em sua organização, deveria ser tratado a pão de ló, face a contribuição que ele dá para reposicionar a empresa e o empresário, colocando-o para PENSAR de uma forma diferente, exatamente por expor, a ele, um outro lado de uma mesma moeda.

Aceitar as diferenças é um desafio com o qual conviveremos por longos e longos milênios e, exceto pela crença religiosa que nos impele e ver esta possibilidade como possível, talvez ela nunca ocorra.

Se você acha que é meio diferente, que não tem muito o hábito de ir a favor da maré, que muitas vezes se vê pensando diferente da maioria, comemore.

O mundo não é igual em nada, porque você seria?