Esta é a frase que 10 entre 10 empregados, funcionários e demais colaboradores de uma organização – entenda-se por colaboradores todos os que contribuem para o desenvolvimento e o sucesso desta, ou seja, os stakeholders – deveriam dizer. Mas, claro, não dizem!
Antes de “defender”
este ponto de vista, é importante apresentar a contramão deste pensamento, ou
seja, algumas sentenças amplamente ouvidas e divulgadas em uma instituição seja
ela qual for, e que contribuem sensivelmente para que os colaboradores da mesma, não pensem em dizer algo assim.
São elas:
- “Melhor é puxar-saco do que puxar-carroça!”
- “Você trabalha para quem paga o seu salário.”
- “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”
A questão, já
explorada em outro artigo meu (O
jogo do contente e o ambiente corporativo) é que estamos cada vez menos
preparados para termos em nossos quadros pessoas que pensam e, por isso e
também pelo exagerado ego dos que dirigem as organizações, desde os tempos mais
remotos, valorizamos as pessoas que trabalham
para nós, os sócios, acionistas, donos, diretores, presidentes, reis e rainhas e não para a nossa organização.
Isto faz bem para o ego, para as
vaidades estabelecidas, mas, por certo, muito mal para a organização, seja ela
uma empresa, uma ONG, um estado, um país, etc.
É fato que precisamos de mais
líderes empenhados em contratar pessoas que trabalham para o sucesso da
organização e menos para eles, os “donos”.
Afinal, desde o mais alto
executivo ou cargo hierárquico de uma empresa, até o seu mais básico
colaborador, TODOS – exatamente todos – deveriam estar cientes de que prestam
seus serviços para a empresa, e não uns para os outros e que os interesses da
empresa devem ser maiores e mais perenes que os interesses individuais, ainda
que dos seus maiores líderes.
Ou seja, é preciso entender que
prestar serviços uns para os outros é parte de uma ação maior, a de trabalhar
pelo sucesso da empresa e esta, a empresa ou organização, trabalha para o
cliente final.
Considerando o caso sob este
ponto de vista, fica fácil perceber que eu, você e o governador do estado,
trabalhamos para o estado e que, juntos também, trabalhamos pelo país, assim
como o faz, a senhora presidenta da república.
Parece apenas um jogo de
palavras, mas não é!
Em um momento em que cada vez
mais temos pessoas envolvidas até a alma em valorizar os que possuem como foco
satisfazerem seus desejos, seus valores, suas conquistas e suas vaidades,
retrato de um ego superexcitado, nada mais normal que donos de empresas,
presidentes e diretores, exigirem que os colaboradores trabalhem para eles e
não para organização e, o que é pior, nem sempre os interesses são comuns,
ocasionando que em muitas situações, buscando satisfazer o ego do pseudo líder,
temos colaboradores trabalhando contra a empresa.
Não estamos aqui defendendo a
insubordinação ao líder, chefe, presidente ou a quem "manda", claro
que não. O que defendemos é que líderes e liderados entendam que, todas as
vezes que na intenção de atender este superior hierárquico, deixamos de lado os
interesses macros da empresa e, por conseguinte, o real atendimento ao cliente
final em seus interesses, estamos trabalhando contra a empresa e contra os
clientes desta.
É por isso que às vezes é
importante dizer a todos: eu não trabalho para você, com uma pausa e um
excelente complemento: nós trabalhamos por nossa empresa ou organização.
JUNTOS!
E você, trabalha exatamente para
quem?
Paulo de Tarso F Castro
Paulo de Tarso F Castro
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