Recentemente recebi um convite para, novamente, falar sobre “Depressão” sob a ótica da religião que professo e, novamente, enveredei-me para o estudo sobre esta doença mundial do nosso mundo moderno.
Salientando
sempre que a depressão necessita de ajuda especializada, tanto a de cunho
espiritual quanto, e principalmente, a de um profissional da área médica,
percebi novamente que uma das causas é a pressão que socialmente as pessoas
exercem, umas sobre as outras, apresentando-lhes um mundo perfeito em oposição
ao mundo normal, este que todos nós vivemos e que, não raro, no qual temos que lidar
com os vários problemas de uma vida comum, com as inumeráveis frustrações
quando estamos desempenhando nossos papeis de pais, filhos, cônjuges,
empregados, chefes, etc.
Tanto as
orientações religiosas e espiritualistas, quanto as médicas, são convites para
que saiamos de um ou outro estado de tristeza e que busquemos forças para
vencer a depressão, ou o estado melancólico que a antecede, e recomecemos a
vida com todas as suas cores, sorrisos e energia que só uma vida plena pode
oferecer.
Nas palestras
doutrinárias que ministro, invariavelmente – e como não poderia ser diferente –
o convite é para que consigamos dar esta virada motivacional.
Mas, embora evite
falar, não para faltar com a verdade, mas apenas sob-receio de não ser
devidamente compreendido, acredito verdadeiramente que as pessoas têm o direito de desanimar-se e, até certo
ponto, de curtir este período de descrédito com as coisas, com a vida, com as
pessoas e com tudo o mais que o cerca.
Penso tratar-se
de um período sabático e não
necessariamente uma atitude negativa, do tipo “desisti da minha vida!”
Creio, aliás, que
os profissionais da área médica, já citados, sabem bem como nominar este
momento pelo qual todos nós passamos algumas vezes ao longo de nossas vidas.
Saliente-se que nem todo momento de tristeza é uma depressão. Como falado pelos que entendem do assunto, a depressão começa a tomar forma quando a tristeza, desencadeada por algo normal do cotidiano, começa a prolongar-se.
As causas são as
mais variadas possíveis, desde um simples problema afetivo até situações mais
sérias como a perda de um ente querido, a constatação de um desvio de conduta
de alguém a quem se ama, etc.
Outro problema é que, quando estamos tristes, temos que conviver com as várias perguntas, algumas delas inquisidoras, do tipo: "o que você tem?"; "o que houve?"; "triste de novo?".
Infelizmente nem sempre quem pergunta quer saber a resposta e/ou ajudar. Alguns estão apenas, e lamentavelmente, aproveitando o momento para deixar-nos ainda piores.
Outros tantos julgam que não temos o direito de ficarmos tristes, como se fosse obrigação somar-nos à sociedade e ao que ela pretende ver, todos felizes.
Calma gente. Ficar triste é, digamos, um direito.
Porém, tão ou mais importante que ter o "direito a desanimar-se" é, também,
ter a convicção interna que, passado este momento, é preciso reunir forças – através dos amigos e dos profissionais médicos – e recomeçar.
Infelizmente nem sempre quem pergunta quer saber a resposta e/ou ajudar. Alguns estão apenas, e lamentavelmente, aproveitando o momento para deixar-nos ainda piores.
Outros tantos julgam que não temos o direito de ficarmos tristes, como se fosse obrigação somar-nos à sociedade e ao que ela pretende ver, todos felizes.
Calma gente. Ficar triste é, digamos, um direito.
Porém, tão ou mais importante que ter o "direito a desanimar-se" é, também,
ter a convicção interna que, passado este momento, é preciso reunir forças – através dos amigos e dos profissionais médicos – e recomeçar.
Porque
infelizmente a vida não nos permite um tempo longo demais, para ficarmos
curtindo este momento.
É preciso
levantar-se, reerguer-se e recomeçar a jornada... até a próxima parada, até o próximo recesso.
Pense nisso!
Paulo de Tarso F Castro
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