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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Pelo direito de desanimar-se.


Recentemente recebi um convite para, novamente, falar sobre “Depressão” sob a ótica da religião que professo e, novamente, enveredei-me para o estudo sobre esta doença mundial do nosso mundo moderno.


Salientando sempre que a depressão necessita de ajuda especializada, tanto a de cunho espiritual quanto, e principalmente, a de um profissional da área médica, percebi novamente que uma das causas é a pressão que socialmente as pessoas exercem, umas sobre as outras, apresentando-lhes um mundo perfeito em oposição ao mundo normal, este que todos nós vivemos e que, não raro, no qual temos que lidar com os vários problemas de uma vida comum, com as inumeráveis frustrações quando estamos desempenhando nossos papeis de pais, filhos, cônjuges, empregados, chefes, etc.

Tanto as orientações religiosas e espiritualistas, quanto as médicas, são convites para que saiamos de um ou outro estado de tristeza e que busquemos forças para vencer a depressão, ou o estado melancólico que a antecede, e recomecemos a vida com todas as suas cores, sorrisos e energia que só uma vida plena pode oferecer.

Nas palestras doutrinárias que ministro, invariavelmente – e como não poderia ser diferente – o convite é para que consigamos dar esta virada motivacional.

Mas, embora evite falar, não para faltar com a verdade, mas apenas sob-receio de não ser devidamente compreendido, acredito verdadeiramente que as pessoas têm o direito de desanimar-se e, até certo ponto, de curtir este período de descrédito com as coisas, com a vida, com as pessoas e com tudo o mais que o cerca.

Penso tratar-se de um período sabático e não necessariamente uma atitude negativa, do tipo “desisti da minha vida!”

Creio, aliás, que os profissionais da área médica, já citados, sabem bem como nominar este momento pelo qual todos nós passamos algumas vezes ao longo de nossas vidas.

Saliente-se que nem todo momento de tristeza é uma depressão. Como falado pelos que entendem do assunto, a depressão começa a tomar forma quando a tristeza, desencadeada por algo normal do cotidiano, começa a prolongar-se.

As causas são as mais variadas possíveis, desde um simples problema afetivo até situações mais sérias como a perda de um ente querido, a constatação de um desvio de conduta de alguém a quem se ama, etc.

Outro problema é que, quando estamos tristes, temos que conviver com as várias perguntas, algumas delas inquisidoras, do tipo: "o que você tem?"; "o que houve?"; "triste de novo?". 

Infelizmente nem sempre quem pergunta quer saber a resposta e/ou ajudar. Alguns estão apenas, e lamentavelmente, aproveitando o momento para deixar-nos ainda piores.

Outros tantos julgam que não temos o direito de ficarmos tristes, como se fosse obrigação somar-nos à sociedade e ao que ela pretende ver, todos felizes.

Calma gente. Ficar triste é, digamos, um direito.

Porém, tão ou mais importante que ter o "direito a desanimar-se" é, também,
ter a convicção interna que, passado este momento, é preciso reunir forças – através dos amigos e dos profissionais médicos – e recomeçar.

Porque infelizmente a vida não nos permite um tempo longo demais, para ficarmos curtindo este momento.

É preciso levantar-se, reerguer-se e recomeçar a jornada... até a próxima parada, até o próximo recesso.

Pense nisso!

Paulo de Tarso F Castro


Nota: este artigo poderá ser publicado em jornais, revistas e outros veículos, sem autorização específica do autor, desde que mantido integralmente, com a respectiva citação da fonte.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eu Não Trabalho para Você!

Esta é a frase que 10 entre 10 empregados, funcionários e demais colaboradores de uma organização – entenda-se por colaboradores todos os que contribuem para o desenvolvimento e o sucesso desta, ou seja, os stakeholders – deveriam dizer. Mas, claro, não dizem!


Antes de “defender” este ponto de vista, é importante apresentar a contramão deste pensamento, ou seja, algumas sentenças amplamente ouvidas e divulgadas em uma instituição seja ela qual for, e que contribuem sensivelmente para que os colaboradores da mesma, não pensem em dizer algo assim. São elas:
  • “Melhor é puxar-saco do que puxar-carroça!”
  • “Você trabalha para quem paga o seu salário.”
  • “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”


A questão, já explorada em outro artigo meu (O jogo do contente e o ambiente corporativo) é que estamos cada vez menos preparados para termos em nossos quadros pessoas que pensam e, por isso e também pelo exagerado ego dos que dirigem as organizações, desde os tempos mais remotos, valorizamos as pessoas que trabalham para nós, os sócios, acionistas, donos, diretores, presidentes, reis e rainhas e não para a nossa organização.

Isto faz bem para o ego, para as vaidades estabelecidas, mas, por certo, muito mal para a organização, seja ela uma empresa, uma ONG, um estado, um país, etc.

É fato que precisamos de mais líderes empenhados em contratar pessoas que trabalham para o sucesso da organização e menos para eles, os “donos”.

Afinal, desde o mais alto executivo ou cargo hierárquico de uma empresa, até o seu mais básico colaborador, TODOS – exatamente todos – deveriam estar cientes de que prestam seus serviços para a empresa, e não uns para os outros e que os interesses da empresa devem ser maiores e mais perenes que os interesses individuais, ainda que dos seus maiores líderes.

Ou seja, é preciso entender que prestar serviços uns para os outros é parte de uma ação maior, a de trabalhar pelo sucesso da empresa e esta, a empresa ou organização, trabalha para o cliente final.

Considerando o caso sob este ponto de vista, fica fácil perceber que eu, você e o governador do estado, trabalhamos para o estado e que, juntos também, trabalhamos pelo país, assim como o faz, a senhora presidenta da república.

Parece apenas um jogo de palavras, mas não é!

Em um momento em que cada vez mais temos pessoas envolvidas até a alma em valorizar os que possuem como foco satisfazerem seus desejos, seus valores, suas conquistas e suas vaidades, retrato de um ego superexcitado, nada mais normal que donos de empresas, presidentes e diretores, exigirem que os colaboradores trabalhem para eles e não para organização e, o que é pior, nem sempre os interesses são comuns, ocasionando que em muitas situações, buscando satisfazer o ego do pseudo líder, temos colaboradores trabalhando contra a empresa.

Não estamos aqui defendendo a insubordinação ao líder, chefe, presidente ou a quem "manda", claro que não. O que defendemos é que líderes e liderados entendam que, todas as vezes que na intenção de atender este superior hierárquico, deixamos de lado os interesses macros da empresa e, por conseguinte, o real atendimento ao cliente final em seus interesses, estamos trabalhando contra a empresa e contra os clientes desta.

É por isso que às vezes é importante dizer a todos: eu não trabalho para você, com uma pausa e um excelente complemento: nós trabalhamos por nossa empresa ou organização. JUNTOS!

E você, trabalha exatamente para quem?

Paulo de Tarso F Castro


Nota: este artigo poderá ser publicado em jornais, revistas e outros veículos, sem autorização específica do autor, desde que mantido integralmente, com a respectiva citação da fonte.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Liderando em Tempos Difíceis


"
A maior habilidade de um líder
é desenvolver habilidades extraordinárias 
em 
pessoas comuns."

Abraham Lincoln

A história nos ensina que os grandes líderes são forjados nos momentos de crise, de extrema pressão, da busca incessante por resultados de curto prazo.
A maioria deles, embora tenham se colocado em posição de liderança, não eram líderes de direito antes de sentirem-se desafiados a assumir uma ou outra causa.
Às vezes, ao estudarmos sua importância frente a história, temos uma primeira impressão de que lutaram contra alguém, um poder, uma instituição. Mas isso é um engano, uma avaliação mais aprofundada da história nos mostrará que os grandes líderes não são aqueles que lutam contra algo ou alguém, eles lutam em favor de algo ou alguém, seja seus direitos, de sua equipe, de seu povo, de suas ideias ou ideais.
Mohandas Karamchand Gandhi liderou os indianos, não contra o domínio britânico, mas em favor da liberdade do seu povo. O foco era o bem estar e a liberdade do seu povo. Ir contra os interesses britânicos em manter o domínio sobre a Índia foi a consequência do seu objetivo principal.
O pastor americano Martin Luther King não estava contra os brancos de seu país, mas em favor da liberdade dos negros de serem tratados com igualdade, com respeito e dignidade. King era seguidor das ideias de desobediência civil não-violenta, preconizadas por Gandhi.
Madre Teresa de Calcutá não queria ser contrária as instituições que deveriam dar uma assistência digna aos pobres da Índia. Ela posicionou-se em favor dos menos favorecidos, dando-lhes o máximo de seu mínimo, fazendo o que estava a seu alcance, fazendo o seu melhor e com este árduo trabalho concretizou o projeto de apoiar os menos favorecidos da Índia.
Isso sem falar em Jesus Cristo, cujo contexto está acima de todos estes líderes “mortais” e que, em momento algum, foi contra alguém ou algo, porém esteve sempre em favor de todos, dando inclusive, uma ótima lição de liderança ao dizer que “o poder nos é dado para servir e não para ser servido”.
O verdadeiro líder deve servir.
A maioria de nós quer ser servida, em toda e qualquer situação, julgando ser este um direito inalienável que nos pertence.
Todos os exemplos citados são de líderes que se colocaram nesta posição em momentos de grande turbulência e, com a serenidade e firmeza necessária, mantiveram o curso da embarcação.
Um outro estágio, quase o único em que compreendemos existir posição de liderança, é o profissional. 
Liderar uma equipe, departamento ou organização, principalmente em um momento de crise, é um enorme desafio. Porém, maiores são as possibilidades de que os líderes aqui forjados tornem-se as pessoas que efetivamente fazem a diferença em suas organizações, em sua comunidade, em seu país.
Ser um líder que faz a diferença é, sobretudo, ter o controle da situação, ter um posicionamento claro que o permita estar no lugar certo na hora em que é preciso, e ter muito amor para vencer o ego, creditando o sucesso à equipe por ele liderada — sempre.
Por fim, não nos esqueçamos jamais que, tal líder possui inúmeros atributos que o caracterizam, sendo o principal deles o prazer em servir, em fazer parte da solução, em ser parte da equipe.
Pense nisso.

Este artigo foi publicado originalmente no Boletim CRC-SP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo), número 161, ANO XXXVII DEZ/2006 JAN/FEV/2007  –-http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/boletim/boletins/boletim161.pdf, pág. 39, e em junho de 2010, no Blog da Tron Informática - http://www.tron.com.br/blog/2010/06/liderando-em-tempos-dificeis/.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Melindre

MELINDRE, segundo consta no Dicionário Aurélio1, trata-se de um substantivo masculino que dentre outros significados, aplica-se também para "Facilidade de magoar-se, de ofender-se".


Realmente é incrível a facilidade que possuímos de nos sentirmos magoados, ofendidos, vilipendiados, desprezados, esquecidos e atacados em nossa "honra".

E agora, no mundo dos e-mails e das tecnologias de comunicação on line, especialmente as mídias sociais, onde é quase impossível aproveitar a maior riqueza que a comunicação deveria proporcionar-nos, qual seja a expressão física do interlocutor, a possibilidade de machucar e sentirmo-nos machucados cresceu exponencialmente.

Estas pessoas, que facilmente se melindram, ficam ainda mais suscetíveis a estas 'crises existenciais' pois, qualquer que seja o texto que chega em nossa tela, ainda que não esteja dizendo nada demais, pode se transformar em um cavalo de batalha.

Onde está o erro? Em quem escreve sem o cuidado necessário com as palavras, esquecendo-se, que o texto, cru, não transmitirá, como fora dito acima, 'sentimentos'? Ou o problema é realmente de quem lê, a maioria de nós, desprovidos de amor próprio e extremamente fácil de nos sentirmos ofendidos?

Eu diria que nos dois casos erramos. O primeiro erro é de quem escreve, sem o necessário cuidado de trabalhar as palavras para evitar, ainda que de forma muito distante, ofender. Está certo que na maioria das vezes quem redige um texto, no ambiente de trabalho, não tem tempo e, talvez, criatividade para trabalhar o que precisa ser dito.

Mas também é certo que erra, e muito, aquele profissional que fica sempre buscando motivos, os mais fúteis possíveis, para declarar uma guerra porque o texto, segundo seu entendimento, fora ofensivo.

São inúmeros os artigos e matérias da Você S/A2 que deixam claros que as empresas, nos dias de hoje, buscam profissionais no mais alto nível desta palavra. Pessoas que se motivam, que ousam, que ousam objetivos quase inalcançáveis e, principalmente, que tem uma estima altíssima, capaz de superar quaisquer obstáculos sem que a empresa ou quaisquer de seus colaboradores precisem ficar 'dourando a pílula' na hora de falar com este vencedor.

Temos uma facilidade muito grande de dizer que "não gostamos" de uma ou outra atitude de um colega, de um e-mail ou do que fora dito em uma reunião. Mas não encontramos o mesmo tempo e nem mesmo temos a mesma iniciativa quando é oportuno agradecer, incentivar e valorizar as atitudes desta pessoa.

Também é verdade que, para determinados assuntos, um telefonema ou uma visita, é melhor do que redigir um e-mail e entrar no turbilhão dos "ruídos" da comunicação.

Se você não se encaixa neste perfil, parabéns.

Se este é o seu caso, que tal pensar um pouco e tentar, ainda que lentamente, mudar?

Só não seja muito lento, o mercado poderá não lhe esperar. Pense nisso!

Paulo de Tarso F. Castro




1. Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - Editora Nova Fronteira
2. Revista Você S/A - Editora Abril

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Como é difícil ser diferente neste mundo “moderno”

Com o passar dos anos e com a conseqüente experiência que estes anos vão lhe conferindo, aprendemos ora fácil, ora de uma forma muito difícil, o quão duro é sobreviver sendo “do seu jeito”.

Percebe-se a necessidade que algumas pessoas possuem de serem iguais para serem aceitas, quando na verdade ninguém é igual a outro alguém. Somos essencialmente diferentes e assim seremos em toda a nossa existência.

Porém, mesmo sabendo disso, há uma cobrança incisiva para que nos tornemos iguais.

Eu não gosto de música sertaneja. Isso é um fato! Mas não posso dizer que é um gênero ruim, de pessoas de baixo intelecto (em oposição a quem gosta de MPB, por exemplo, e que, dizem, é mais culta), de pessoas que tiveram uma decepção amorosa (preconceito puro) ou que essencialmente não pensam (“eu quero tchuuuu...”). É diferente do meu gosto. Nem melhor, nem pior. Apenas e tão somente diferente.

Já li em algum lugar que quando dizemos que “fulano tem bom gosto” significa que este fulano tem um gosto, para algo, exatamente igual ao nosso. Ou seja, eu vou rotulá-lo conforme o meu gosto, os meus preconceitos, as minhas dúvidas, as minhas experiências, etc. Afinal, esta vivência permitiu-me definir o que eu chamo de “bom gosto.”

Em matéria de política e religião, poderíamos desfilar um rosário de comparações. Especialmente no assunto religião, afinal, embora alguns digam que respeitam a religião do outro e até usem frases de efeito como “todos os caminhos levam a Deus”, estão mais do que convencidas de que o caminho que leva mesmo é o deles, a igreja é a deles e, claro, a forma é o que lá é apregoado.

Uma pessoa de opinião é vista por muitos como grosso ou, como já ouvi, “super sincero” em uma comparação com o personagem do ator Luis Fernando Guimarães, em um programa da Rede Globo de Televisão.

Claro que existe uma grande possibilidade de ser grosseiro sob a capa da sinceridade. Mas há como ser sincero usando a sensibilidade para não ferir. Ou seja, dá-se o recado sem machucar a pessoa que o recebe.

É certo que poucas pessoas, especialmente os líderes de empresas, querem alguém cuja característica é dizer o que pensa e expor as diferenças entre o mundo de fantasias, as vezes criado pelo empresário, onde só os bajuladores são ouvidos, e o mundo real, apresentado pelos que possuem a coragem, a ousadia e, até certo ponto a irresponsabilidade, em expor as diferenças entre um e outro e, claro, falar o que pensa, o que enxerga e como enxerga este mundo “real”.

Saliente-se que esta forma é apenas outra forma de enxergar o mesmo ponto. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente.

Teoricamente este profissional, se existente em sua organização, deveria ser tratado a pão de ló, face a contribuição que ele dá para reposicionar a empresa e o empresário, colocando-o para PENSAR de uma forma diferente, exatamente por expor, a ele, um outro lado de uma mesma moeda.

Aceitar as diferenças é um desafio com o qual conviveremos por longos e longos milênios e, exceto pela crença religiosa que nos impele e ver esta possibilidade como possível, talvez ela nunca ocorra.

Se você acha que é meio diferente, que não tem muito o hábito de ir a favor da maré, que muitas vezes se vê pensando diferente da maioria, comemore.

O mundo não é igual em nada, porque você seria?