MELINDRE, segundo consta no Dicionário Aurélio1, trata-se de um substantivo masculino que dentre outros significados, aplica-se também para "Facilidade de magoar-se, de ofender-se".
Realmente é incrível a facilidade que
possuímos de nos sentirmos magoados, ofendidos, vilipendiados, desprezados,
esquecidos e atacados em nossa "honra".
E agora, no mundo dos e-mails e das
tecnologias de comunicação on
line, especialmente as mídias sociais, onde é quase impossível
aproveitar a maior riqueza que a comunicação deveria proporcionar-nos, qual
seja a expressão física do interlocutor, a possibilidade de machucar e sentirmo-nos
machucados cresceu exponencialmente.
Estas pessoas, que facilmente se
melindram, ficam ainda mais suscetíveis a estas 'crises existenciais' pois,
qualquer que seja o texto que chega em nossa tela, ainda que não esteja dizendo
nada demais, pode se transformar em um cavalo de batalha.
Onde está o erro? Em quem escreve sem
o cuidado necessário com as palavras, esquecendo-se, que o texto, cru, não
transmitirá, como fora dito acima, 'sentimentos'? Ou o problema é realmente de
quem lê, a maioria de nós, desprovidos de amor próprio e extremamente fácil de
nos sentirmos ofendidos?
Eu diria que nos dois casos erramos. O
primeiro erro é de quem escreve, sem o necessário cuidado de trabalhar as
palavras para evitar, ainda que de forma muito distante, ofender. Está certo
que na maioria das vezes quem redige um texto, no ambiente de trabalho, não tem
tempo e, talvez, criatividade para trabalhar o que precisa ser dito.
Mas também é certo que erra, e muito,
aquele profissional que fica sempre buscando motivos, os mais fúteis possíveis,
para declarar uma guerra porque o texto, segundo seu entendimento, fora
ofensivo.
São inúmeros os artigos e matérias da Você S/A2 que deixam claros que as empresas,
nos dias de hoje, buscam profissionais
no mais alto nível desta palavra. Pessoas que se motivam, que ousam,
que ousam objetivos quase inalcançáveis e, principalmente, que tem uma
estima altíssima, capaz de superar quaisquer obstáculos sem que a empresa ou
quaisquer de seus colaboradores precisem ficar 'dourando a pílula' na hora de
falar com este vencedor.
Temos uma facilidade muito grande de
dizer que "não gostamos" de uma ou outra atitude de um colega, de um
e-mail ou do que fora dito em uma reunião. Mas não encontramos o mesmo tempo e
nem mesmo temos a mesma iniciativa quando é oportuno agradecer, incentivar e
valorizar as atitudes desta pessoa.
Também é verdade que, para
determinados assuntos, um telefonema ou uma visita, é melhor do que redigir um
e-mail e entrar no turbilhão dos "ruídos" da comunicação.
Se você não se encaixa neste perfil,
parabéns.
Se este é o seu caso, que tal pensar
um pouco e tentar, ainda que lentamente, mudar?
Só não seja muito lento, o mercado
poderá não lhe esperar. Pense nisso!
Paulo
de Tarso F. Castro
1. Dicionário Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira - Editora Nova Fronteira
2. Revista Você S/A -
Editora Abril