Vibrar é gerar a própria energia, sentindo-se capaz, mesmo quando o cenário esteja ruim ou indicando um futuro nada animador. É nesta hora que podemos separar os que vendem, dos que apenas “tiram pedidos”.
Há
alguns anos, quando fui convidado para o Programa de Formação de Trainers da
Dale Carnegie, um dos grandes players de treinamentos e desenvolvimento humano
do mundo, deparei-me com um desafio que serviu para um reposicionamento quanto
ao meu estilo de liderança e, claro, para aprender um pouco mais sobre o
comportamento humano, especialmente o meu.
No
início do Dale Carnegie Course, era pedido que listássemos um desafio
comportamental, destes que impactam no que somos e nos resultados que pretendemos
ter, e colocássemos este como META, obedecendo ao acróstico SMART, ou seja, que
fosse: eSpecífico; Mensurável; Atingível; Relevante
e Temporal.
Neste
contexto, estabeleci que precisava aprender a “comemorar minhas conquistas”. Mais
do que isso, sendo específico, como se pede no acróstico em sua letra “s”,
precisava VIBRAR com estas realizações.
Esta
necessidade se devia ao fato de que por meu perfil comportamental, não me fazia
de rogado em vibrar com todas as forças do meu ser por qualquer pessoa em suas conquistas, tendo grandes
reservas porém quando esta vibração era com minhas próprias realizações.
O
futebol com os amigos sempre foi um exemplo: como perna-de-pau que sou,
zagueiro por excelência, muito raramente faço gols, embora satisfaça-me muito
não deixar que o time adversário chegue a este objetivo.
Raro,
porém não impossível, uma ou outra vez consigo fazer um “golzinho”. Claro que
mantenho o padrão de não comemorar,
mesmo quando este é fruto de uma bela jogada ou por si só um belo gol,
ainda que fazer este belo gol seja algo tão comum quanto encontrar um político
honesto, é bom o reforço.
Recentemente,
pela terceira vez no período de um ano, fiz uma excelente venda, respondendo por
bater minhas metas e também contribuindo com a meta global da empresa onde
estava, uma franquia de uma grande corporação de software.
Ao
concluir a venda, já ao fim do dia do último dia útil do mês (nada mais
“vendedor” do que isso), fui correndo para a empresa com o objetivo único de
TOCAR O SINO que lá existe, chegando já muito além das 18 horas, quando
praticamente não havia mais ninguém naquela imensidão de sala. Ainda assim, toquei
o sino com todas as forças do meu ser, fazendo-me acompanhar por alguns
gritos e urros, só compreensível por quem, ao vender, consegue enxergar-se não
como um vendedor batendo sua meta, mas como um campeão, no melhor estilo Ayrton
Senna, ao cruzar a linha de chegada com uma única marcha em sua McLaren,
vencendo o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em 1991, ou seja, realizando um
feito ÚNICO na sua vida e na vida dos que o cercam.
Fiz
isso porque das outras vezes em que bati minhas metas, em apenas uma delas eu
toquei o tal sino, todo sem jeito por achar que aquela comemoração era quase
que uma afronta aos colegas, quando na verdade ela poderia ser a responsável
por motivá-los e para relembrá-los da capacidade e grande possibilidade de
serem eles os responsáveis por TOCAR O SINO também.
Este
foi também o resultado do que havia sido meu compromisso lá no treinamento,
quando trabalhei em mim meus medos, meus fantasmas, compreendendo que sempre
haveria motivos para vibrar.
E
quando vibrei, percebi que realmente é preciso vencer os próprios preconceitos
e as travas mentais para comemorar, primeiro consigo mesmo, depois com os
colegas, comemorando cada momento destas conquistas que não são somente
suas, já que somos produto do meio e
nossos esforços, quando resultam em sucesso, carregam neles uma contribuição de
todos que nos cercam.
Estou
falando de vendas, mas a necessidade de comemorar e vibrar com os seus, sejam
eles colegas de trabalho ou membros da família, vai muito além disso.
Vibrar
é gerar a própria energia, sentindo-se capaz, mesmo quando o cenário esteja
ruim ou indicando um futuro nada animador. É nesta hora que podemos separar os
que vendem, dos que apenas “tiram pedidos”. Dos que batem metas, dos que dão
desculpas, conforme artigo que escrevi a este respeito, há um bom tempo.
É hora de separar os que são parte das soluções, quaisquer que sejam elas, dos que contentam-se apenas em apresentar os problemas, sentar à beira do caminho e lamentar.
Por
isso, na próxima vez que conseguir algo, uma conquista particular ou coletiva, independente do tamanho da mesma,
não se faça de rogado, COMEMORE, TOQUE O SINO e permita-se o prazer de
perceber-se capaz, realizador e realizado.
Aproveitando,
qual a sua META que pode ser escrita em SMART? Quando você irá tocar o sino?
Pense
nisso!