sexta-feira, 13 de maio de 2016

TOQUE O SINO!

Vibrar é gerar a própria energia, sentindo-se capaz, mesmo quando o cenário esteja ruim ou indicando um futuro nada animador. É nesta hora que podemos separar os que vendem, dos que apenas “tiram pedidos”.

Há alguns anos, quando fui convidado para o Programa de Formação de Trainers da Dale Carnegie, um dos grandes players de treinamentos e desenvolvimento humano do mundo, deparei-me com um desafio que serviu para um reposicionamento quanto ao meu estilo de liderança e, claro, para aprender um pouco mais sobre o comportamento humano, especialmente o meu.

No início do Dale Carnegie Course, era pedido que listássemos um desafio comportamental, destes que impactam no que somos e nos resultados que pretendemos ter, e colocássemos este como META, obedecendo ao acróstico SMART, ou seja, que fosse: eSpecífico; Mensurável; Atingível; Relevante e Temporal.

Neste contexto, estabeleci que precisava aprender a “comemorar minhas conquistas”. Mais do que isso, sendo específico, como se pede no acróstico em sua letra “s”, precisava VIBRAR com estas realizações.

Esta necessidade se devia ao fato de que por meu perfil comportamental, não me fazia de rogado em vibrar com todas as forças do meu ser por qualquer pessoa em suas conquistas, tendo grandes reservas porém quando esta vibração era com minhas próprias realizações.

O futebol com os amigos sempre foi um exemplo: como perna-de-pau que sou, zagueiro por excelência, muito raramente faço gols, embora satisfaça-me muito não deixar que o time adversário chegue a este objetivo.

Raro, porém não impossível, uma ou outra vez consigo fazer um “golzinho”. Claro que mantenho o padrão de não comemorar, mesmo quando este é fruto de uma bela jogada ou por si só um belo gol, ainda que fazer este belo gol seja algo tão comum quanto encontrar um político honesto, é bom o reforço.

Recentemente, pela terceira vez no período de um ano, fiz uma excelente venda, respondendo por bater minhas metas e também contribuindo com a meta global da empresa onde estava, uma franquia de uma grande corporação de software.

Ao concluir a venda, já ao fim do dia do último dia útil do mês (nada mais “vendedor” do que isso), fui correndo para a empresa com o objetivo único de TOCAR O SINO que lá existe, chegando já muito além das 18 horas, quando praticamente não havia mais ninguém naquela imensidão de sala. Ainda assim, toquei o sino com todas as forças do meu ser, fazendo-me acompanhar por alguns gritos e urros, só compreensível por quem, ao vender, consegue enxergar-se não como um vendedor batendo sua meta, mas como um campeão, no melhor estilo Ayrton Senna, ao cruzar a linha de chegada com uma única marcha em sua McLaren, vencendo o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em 1991, ou seja, realizando um feito ÚNICO na sua vida e na vida dos que o cercam.

Fiz isso porque das outras vezes em que bati minhas metas, em apenas uma delas eu toquei o tal sino, todo sem jeito por achar que aquela comemoração era quase que uma afronta aos colegas, quando na verdade ela poderia ser a responsável por motivá-los e para relembrá-los da capacidade e grande possibilidade de serem eles os responsáveis por TOCAR O SINO também.

Este foi também o resultado do que havia sido meu compromisso lá no treinamento, quando trabalhei em mim meus medos, meus fantasmas, compreendendo que sempre haveria motivos para vibrar.

E quando vibrei, percebi que realmente é preciso vencer os próprios preconceitos e as travas mentais para comemorar, primeiro consigo mesmo, depois com os colegas, comemorando cada momento destas conquistas que não são somente suas,  já que somos produto do meio e nossos esforços, quando resultam em sucesso, carregam neles uma contribuição de todos que nos cercam.

Estou falando de vendas, mas a necessidade de comemorar e vibrar com os seus, sejam eles colegas de trabalho ou membros da família, vai muito além disso.

Vibrar é gerar a própria energia, sentindo-se capaz, mesmo quando o cenário esteja ruim ou indicando um futuro nada animador. É nesta hora que podemos separar os que vendem, dos que apenas “tiram pedidos”. Dos que batem metas, dos que dão desculpas, conforme artigo que escrevi a este respeito, há um bom tempo.

É hora de separar os que são parte das soluções, quaisquer que sejam elas, dos que contentam-se apenas em apresentar os problemas, sentar à beira do caminho e lamentar.

Por isso, na próxima vez que conseguir algo, uma conquista particular ou coletiva, independente do tamanho da mesma, não se faça de rogado, COMEMORE, TOQUE O SINO e permita-se o prazer de perceber-se capaz, realizador e realizado.

Aproveitando, qual a sua META que pode ser escrita em SMART? Quando você irá tocar o sino?


Pense nisso!